terça-feira, 28 de dezembro de 2010

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ultrajante!


A nostalgia, enquanto sentimento de desagregação face a uma qualquer realidade perdida, mapeia o nosso subconsciente e formata a opinião profundamente. Este Frei Fernando Ventura sabe isso (ou se não sabe devia) e não se coíbe de por em pratica um discurso ignorante, mentiroso, matreiro, e populista. Nada teria de relevante não fosse tratar-se de um prime-time da SIC. O Mário Crespo que se cuide que já há substituto.


Mas vejamos, ignorante porquê? Ignorante porque fala das coisas sem saber o que são, como é o caso do submarino, ou o caso da barraca. Saberá ele, por acaso, que o país que é uma barraca tem 300.000 fogos a mais e grande parte com uma qualidade de construção acima da média europeia? E saberá ele para que serve um/este submarino? E saberá ele com que níveis de formação saem os alunos dos técnico-profissionais, para os insultar daquela maneira?

E mentiroso porquê? Mentiroso porque usa amiúde expressões como: “Estamos a criar uma escola em que é possível ir do princípio ao fim da faculdade sem saber ler nem escrever, não estamos a dar um futuro aos nosso jovens”. Expressões que servem para criar uma ideia de desordem que é mentira. Já nem falo do “saber ler nem escrever”, mas ele saberá lá alguma coisa do sucesso dos nossos jovens por esse mundo fora? Os tais que não sabem ler nem escrever, mas sabem investigar neurociências? Os que não sabem ler nem escrever, mas que vingam no mundo das artes, do desporto, das empresas, como nunca antes em Portugal? Porque é para isso que ele permanentemente remete, para um antes, para um saudosismo passadista, que simultaneamente rejeita mas do qual vive. Constrói o discurso com banalidades como Sebastianismo, Fado, Dr’s e Eng’s, etc. através das quais dá conta do seu desconforto com o ser português.

E matreiro? Sim, é matreiro. Toda a entrevista não tem como objectivo senão servir um propósito contra o governo que ele vai metendo e alfinetando de forma mais ou menos dissimulada. As frases são estas: “fraco rei que faz fraca a forte gente” ou ”que pena não se poder responsabilizar o PM, como na Islândia” ou “Sabemos os diplomas alguns como se conseguem” ou “temos um PM que parece a Alice no Pais das maravilhas” ou ainda “esta vergonha do nosso PM cismar em falar línguas lá fora” (não saberá ele que é bem português gostar de se tentar exprimir na língua dos outros e que isso á parte fundamental da nossa universalização, que foi assim que demos novos mundos ao mundo…). “Nós mandamo-lo limpinho com um fato como os dos senhores do poder em Angola”, mas o que é isto?

Mas sobretudo é populista, porque procura fomentar e tirar partido dos sentimentos mais primários de quem o ouve, com frases como “lideres que não temos”, são os “jogos de poder” e a preocupação em “servir-se” em vez de “servir”. A seguir dramatiza, “estamos a criar uma geração de monstros, o que vem aí é muito pior do que temos hoje” e por aí fora… E isto um padre. E em prime-time.

Contudo, não fica por aqui. Entra no campo especulativo e insidioso, que revelam alguém que já não percebe o mundo em que vive. Diz coisas como: “Estamos a criar uma sociedade que está montada no ter pelo ter, que esqueceu o ser pelo ser”; Eu diria é que a sociedade se lembra bem do tempo em que “era por ser” e esta cambada “tinha por ter”. E diz outras como: “Nós estamos a criar gerações de jovens sem memória”; Eu diria que não é verdade, eles (jovens) lembram-se bem dos abusos.

E não pára, numa verborreia de oralidade impressionante. Que tal esta? “As crianças estão nos infantários porque os pais precisam de ter dois e três empregos para sobreviver” ou esta “As crianças não tem avós nem pais, que tem que trabalhar 25 horas por dia se for preciso”; Então e o rendimento mínimo? Afinal não são todos uns manguelas, uns monstros a viver à custa do subsídio?

Mas pior é quando fala dos portugueses: “Nós somos os limpadores do mundo, os portugueses quando vão para a emigração” ou “Temos vergonha da nossa história, meteram-nos na cabeça que era pecado…”.

Cruzes canhoto, e é isto um padre… E em prime-time... são insondáveis os caminhos da fé…

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Onde cortar?

Diz-se por aí que o Estado Português sustenta 14.000 instituições. Diz-se também que é preciso cortar na despesa. Muito bem, quem começa? Muito bem, então onde vamos cortar?
Sócrates diz que se recusa a cortar nos serviços de excelência que fazem de Portugal uma referência internacional e propiciam aos portugueses melhor qualidade de vida. Por exemplo, o Serviço Nacional de Saúde.
Não se corte então no Serviço Nacional de Saúde.
Sócrates recusa-se a cortar na educação, e tem razão. A educação é precisamente aquilo que pode fazer a diferença para os nossos jovens. Além disso, os grandes investimentos feitos seriam desbaratados se se pusesse em causa o sistema educativo público. Muito bem, não se corte então na educação.
Sócrates, e ainda mais o Partido Socialista não querem também cortar nos apoios sociais. é uma questão de principio. Os apoios sociais são a imag

sábado, 29 de maio de 2010

A fraude do senso comum!

A grande expectativa da sociedade, neste momento e impulsionada pelas doutrinas mais primárias e conservadoras, é que acabando com o RSI, com os subsídios e reduzindo os funcionários públicos, toda essa gente se integre na actividade económica privada e comece a produzir. Coitados deles e coitados de nós. Ainda não perceberam que num mundo globalizado há pouco de interessante para produzir; A China produz têxteis ao preço da chuva, os EUA cereais, a Índia software, Taiwan hardware, o Japão e a Alemanha produzem veículos e electrodomésticos, a América do Sul carne e peixe que sobra. Quase tudo o que precisamos é feito noutros lados de forma ultra-competitiva. Acabando ou reduzindo a redistribuição, com o argumento fatalista da falta de dinheiro, apenas nos sobra o abismo à frente, ou o retorno ao modelo da mão de obra barata (que é como quem diz, quase escrava, mesmo). Afinal, em que mundo é que esta gente vive?


Como é evidente, o caminho tem que ser outro. Oxalá estejamos preparados para o delinear.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Eurosondagem para a SIC, Expresso e Visão!

PS - 36%,  PSD - 28,5%,  CDS - 13%,  BE - 8%,  CDU - 8%

Esta sondagem feita pela a Eurosondagem para a SIC, Expresso e Visão foi realizada após a eleição do novo lider do PSD, Pedro Passos Coelho. Além das intenções de voto caso as eleições fossem hoje, a sondagem revela ainda o reforço da popularidade de José Sócrates e de Cavaco Silva.
É particularmente interessante porque é feita já com os dados todos em cima da mesa. O desenho do espectro de candidaturas presidenciais não deverá alterar-se e o mesmo se pode dizer para os partidos e as suas aspirações em eleições legislativas.
É inevitável a leitura de que os cidadãos previligiam a regularidade e a capacidade dos politicos para apresentar propostas governativas. Assim, dá-se o reforço das figuras de Estado, que saem pouco penalizadas pelos chamados "casos". Dá-se tambem o reforço do PS em relação ao PSD, apesar do elan da eleição do novo lider. E até o CDS acaba por ver as suas posições reforçadas, fruto duma actuação que, goste-se ou não, é persistente e sistematizada.
A manterem-se assim as sondagens dificilmente alguem tem vontade de abrir uma crise politica, o que é muito bom para a governabilidade do país numa situação tão critica.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Negócios chorudos!



Na ânsia de encontrar qualquer coisita com que incriminar José Sócrates, a direita, devidamente orientada pelas eternas mãos invisíveis da comunicação social (que agora já tem nome; Manuela Moura Guedes, Moniz, José Manuel Fernandes, etc.) abriram a caixa de pandora. Estão agora perante a galeria de horrores com que se vão condenar.
Submarinos, Contrapartidas, Pandur, Helicópteros, etc., milhões e milhões de euros ao desbarato, com a justiça alemã à perna, todos com a chancela PSD e CDS.
Como sempre, não se devem misturar os planos politico e criminal. A justiça fará o seu caminho desde a Alemanha e ainda havemos de chegar a saber se houve ou não ilícito criminal e quem foram os tais membros dos dois partidos que alegadamente beneficiaram dos negócios.
Já quanto às questões politicas, podemos tirar enormes ilações, até porque neste caso elas desembocam precisamente nas questões criminais. Irónico, no mínimo. É que mais do que a investigação alemã, é difícil não conjecturar sobre implicações criminais, sendo o que daí resultar ser a única coisa que pode justificar tamanha incúria da defesa dos interesses nacionais (politica, portanto). Contrapartidas que não existem, Carros de combate que não funcionam ou tem defeitos, helicópteros sem assistência, etc. configuram um cenário de lesa pátria que não pode ser ignorado.
A sensação que dá é que dali ninguém sai vivo. Nem mesmo essa "grande figura da democracia" chamada José Manuel Durão Barroso. Bem podem as velhas forças vivas do regime estrebuchar, que depois do verdadeiro tiro no pé que deram na comissão de ética da AR e agora com os "submarinos", o povo português não vai desviar tão cedo o foco de atenção e vai continuar a apoiar o único referencial mínimo de dignidade na vida publica.

terça-feira, 30 de março de 2010

Hoje foi dia de recados!

Ribeiro e Castro teve o seu momento, mas Ângelo Correia foi muito mais longe. Para bom entendedor não ficou quase nada por dizer e aquilo que foi dito vai pautar a actividade política do maior partido da oposição nos próximos tempos. Colocou Cavaco no seu devido lugar, propôs Pinto Balsemão para o tal de “Conselho Superior” e disparou mensagens em todas as direcções. O que é bom em Ângelo Correia é que se entende sempre ao que vem. E nem precisa de dizer muito, só é preciso estar atento. Um dia, mais lá para a frente, Pedro Passos Coelho vai-se deparar com algum melindre, mas da forma como conseguir resolver as questões com o “terrível Ângelo” se verá se tem fibra de líder ou se vai ser apenas mais um.