sexta-feira, 12 de março de 2010

Já não sou só eu, agora são eles.

Aqui!


"...nos posts sobre as directas no PSD, existe frequentemente um preconceito de classe a pairar nas apreciações. Por exemplo, um dos candidatos (Rangel) tem imensa classe, estudou imenso, sabe de cor os clássicos; outro, (Passos) é sempre apresentado como alguém que não faz parte da elite, não leu o suficiente, não sabe o suficiente, não é um dos nossos e não está preparado. É mesmo interessante: leiam com atenção.
Julgo que esta é a explicação de muita da raiva que tem acompanhado algumas análises políticas recentes. É curioso que Cavaco Silva (que chegou a Presidente da República) ainda sofra deste mal em numerosos textos publicados. Ele não tem jeito, não tem sofisticação, não serve porque não leu, não cita de cor os clássicos, só sabe de economia. Um horror!
Na sociedade portuguesa, muitas coisas têm a ver com classe social. Se fulano não estudou nos melhores colégios, não pertence à elite; se usa determinado vocabulário e não outro, mais vale estar calado; se dá dois beijinhos em vez de um, é burgesso; se não é de boas famílias, enfim, nem merece resposta."

"O que está em causa no PSD é semelhante: uma substituição de elites do partido, um processo de renovação. E alguns comentadores, que passam o tempo a queixar-se de que não há renovação na política portuguesa, deviam refrear os seus preconceitos de classe e tentar ver o que parece evidente. Mas não haja ilusões: Passos, mesmo que vença no PSD, será sempre um forasteiro para estes comentadores."

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