sexta-feira, 5 de março de 2010

"Underdog" à moda da Tugolândia

O “underdog” na política de raiz anglo-saxónica é aquele candidato que ninguém espera que ganhe. Acontece por vezes, que com o decorrer do processo se vai afirmando e de repente até ganha mesmo. Aplicado ao processo eleitoral do PSD poderia ser o caso de um Castanheira Barros. Ninguém dá nada por ele, parece até que nem está na corrida.

Mas a Tugolândia é muito mais complexa do que isso. E então quando Marcelo Rebelo de Sousa está por perto, a coisa adquire requintes de malvadez. De maneiras que, não admiraria nada se, de repente, em vez de um underdog à americana tivéssemos um à portuguesa, mais género “Cinderella”. Assim tipo “não sei, só se me pedirem muito”. Ou então, “eu não quero, as circunstâncias é que o exigem”.

E Marcelo já está a jeito. Vendo bem, nenhum dos três actuais candidatos se tem revelado grande coisa, bem pelo contrário. Rangel é a desgraça anunciada, Passos Coelho dizem que é populista (eu discordo, mas enfim) e Aguiar Branco (o meu preferido) não tem carisma. Uma coisa é certa, nenhum parece capaz de unir o partido. Vai daí que se abre uma janela de oportunidade (oh! Como elas se vão abrir nesta primavera.) para uma figura consensual. E ele lá está, liberto de compromissos televisivos e de alinhamentos partidários. Ora, um homem como Marcelo não deixa de afirmar a sua preferência e o seu apoio se não tiver alguma na manga. Quem não se lembra da forma pronta e com antecedência com que manifestou o seu apoio a Manuela Ferreira Leite…

Não, o professor está à espreita! Aliás, pensa ele, como poderia o país “resistir a tanto charme”?

Sem comentários: