terça-feira, 23 de março de 2010

Sobre o debate PSD, um pouco por todo o lado.


"Quanto ao debate do PSD, parece-me que Aguiar-Branco venceu esta batalha, mas que Passos ganhou a guerra. Castanheira parece merecer um lugar de deputado nas próximas listas e Rangel caiu na casca de banana de um advogado de rabo pelado e voltou a não emergir como o encoberto em noite de nevoeiro.
Passos, melhor do que os outros em economia e finanças, até aguentou no caso do PGR e do MP, perante a tentativa de emissão ex-catedra e lentífera de um assistente de direito à procura de tese, esboçando o tradicional argumento de autoridade, um pedacinho gnóstica. O mesmo Passos, prefigurando-se já como líder do PSD, interessou-lhe que Branco malhasse no ex-irmão de facção. E preferiu pairar em discurso redondo, para que cavaquistas e anticavaquistas, sociais-democratas e liberais, nele se revissem. Por outras palavras, ao não perder, venceu...
Passos cumpriu os prévios ensaios e conseguir emitir a mensagem do princípio ao fim, já com direito a indirectas e farpas sobre Rangel. Este, habituado aos aplausos dos que o confundem com o messias, demonstrou não ter recursos de diálogo para a chamada conversa. Por outras palavras, foi mal treinado para a normalidade da palavra posta em discurso, a que os gregos chamavam "logo" e que costumamos traduzir por razão. Parece só saber falar de palanque para as palmas e não reparou que nem todos os adversários são vitais...
Aguiar-Branco foi a todas, assumiu o cavaquismo e o maneleirismo, o sá-carneirismo e o menezismo,l soube manter a camaradagem jota com Passos e mostrou que respira política com alma e categoria. Eu que, dele desconfiava, por causa do maneirismo, rendi-me à qualidade, ao contrário do que previamente julgava de Rangel, cujas expectativas saíram frustradas...
Não tenho dúvidas que Sócrates, se o deixassem votar, escolheria e mandaria escolher Paulo Rangel. Era porreiro, pá!" José Adelino Maltez

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