terça-feira, 28 de dezembro de 2010

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ultrajante!


A nostalgia, enquanto sentimento de desagregação face a uma qualquer realidade perdida, mapeia o nosso subconsciente e formata a opinião profundamente. Este Frei Fernando Ventura sabe isso (ou se não sabe devia) e não se coíbe de por em pratica um discurso ignorante, mentiroso, matreiro, e populista. Nada teria de relevante não fosse tratar-se de um prime-time da SIC. O Mário Crespo que se cuide que já há substituto.


Mas vejamos, ignorante porquê? Ignorante porque fala das coisas sem saber o que são, como é o caso do submarino, ou o caso da barraca. Saberá ele, por acaso, que o país que é uma barraca tem 300.000 fogos a mais e grande parte com uma qualidade de construção acima da média europeia? E saberá ele para que serve um/este submarino? E saberá ele com que níveis de formação saem os alunos dos técnico-profissionais, para os insultar daquela maneira?

E mentiroso porquê? Mentiroso porque usa amiúde expressões como: “Estamos a criar uma escola em que é possível ir do princípio ao fim da faculdade sem saber ler nem escrever, não estamos a dar um futuro aos nosso jovens”. Expressões que servem para criar uma ideia de desordem que é mentira. Já nem falo do “saber ler nem escrever”, mas ele saberá lá alguma coisa do sucesso dos nossos jovens por esse mundo fora? Os tais que não sabem ler nem escrever, mas sabem investigar neurociências? Os que não sabem ler nem escrever, mas que vingam no mundo das artes, do desporto, das empresas, como nunca antes em Portugal? Porque é para isso que ele permanentemente remete, para um antes, para um saudosismo passadista, que simultaneamente rejeita mas do qual vive. Constrói o discurso com banalidades como Sebastianismo, Fado, Dr’s e Eng’s, etc. através das quais dá conta do seu desconforto com o ser português.

E matreiro? Sim, é matreiro. Toda a entrevista não tem como objectivo senão servir um propósito contra o governo que ele vai metendo e alfinetando de forma mais ou menos dissimulada. As frases são estas: “fraco rei que faz fraca a forte gente” ou ”que pena não se poder responsabilizar o PM, como na Islândia” ou “Sabemos os diplomas alguns como se conseguem” ou “temos um PM que parece a Alice no Pais das maravilhas” ou ainda “esta vergonha do nosso PM cismar em falar línguas lá fora” (não saberá ele que é bem português gostar de se tentar exprimir na língua dos outros e que isso á parte fundamental da nossa universalização, que foi assim que demos novos mundos ao mundo…). “Nós mandamo-lo limpinho com um fato como os dos senhores do poder em Angola”, mas o que é isto?

Mas sobretudo é populista, porque procura fomentar e tirar partido dos sentimentos mais primários de quem o ouve, com frases como “lideres que não temos”, são os “jogos de poder” e a preocupação em “servir-se” em vez de “servir”. A seguir dramatiza, “estamos a criar uma geração de monstros, o que vem aí é muito pior do que temos hoje” e por aí fora… E isto um padre. E em prime-time.

Contudo, não fica por aqui. Entra no campo especulativo e insidioso, que revelam alguém que já não percebe o mundo em que vive. Diz coisas como: “Estamos a criar uma sociedade que está montada no ter pelo ter, que esqueceu o ser pelo ser”; Eu diria é que a sociedade se lembra bem do tempo em que “era por ser” e esta cambada “tinha por ter”. E diz outras como: “Nós estamos a criar gerações de jovens sem memória”; Eu diria que não é verdade, eles (jovens) lembram-se bem dos abusos.

E não pára, numa verborreia de oralidade impressionante. Que tal esta? “As crianças estão nos infantários porque os pais precisam de ter dois e três empregos para sobreviver” ou esta “As crianças não tem avós nem pais, que tem que trabalhar 25 horas por dia se for preciso”; Então e o rendimento mínimo? Afinal não são todos uns manguelas, uns monstros a viver à custa do subsídio?

Mas pior é quando fala dos portugueses: “Nós somos os limpadores do mundo, os portugueses quando vão para a emigração” ou “Temos vergonha da nossa história, meteram-nos na cabeça que era pecado…”.

Cruzes canhoto, e é isto um padre… E em prime-time... são insondáveis os caminhos da fé…

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Onde cortar?

Diz-se por aí que o Estado Português sustenta 14.000 instituições. Diz-se também que é preciso cortar na despesa. Muito bem, quem começa? Muito bem, então onde vamos cortar?
Sócrates diz que se recusa a cortar nos serviços de excelência que fazem de Portugal uma referência internacional e propiciam aos portugueses melhor qualidade de vida. Por exemplo, o Serviço Nacional de Saúde.
Não se corte então no Serviço Nacional de Saúde.
Sócrates recusa-se a cortar na educação, e tem razão. A educação é precisamente aquilo que pode fazer a diferença para os nossos jovens. Além disso, os grandes investimentos feitos seriam desbaratados se se pusesse em causa o sistema educativo público. Muito bem, não se corte então na educação.
Sócrates, e ainda mais o Partido Socialista não querem também cortar nos apoios sociais. é uma questão de principio. Os apoios sociais são a imag

sábado, 29 de maio de 2010

A fraude do senso comum!

A grande expectativa da sociedade, neste momento e impulsionada pelas doutrinas mais primárias e conservadoras, é que acabando com o RSI, com os subsídios e reduzindo os funcionários públicos, toda essa gente se integre na actividade económica privada e comece a produzir. Coitados deles e coitados de nós. Ainda não perceberam que num mundo globalizado há pouco de interessante para produzir; A China produz têxteis ao preço da chuva, os EUA cereais, a Índia software, Taiwan hardware, o Japão e a Alemanha produzem veículos e electrodomésticos, a América do Sul carne e peixe que sobra. Quase tudo o que precisamos é feito noutros lados de forma ultra-competitiva. Acabando ou reduzindo a redistribuição, com o argumento fatalista da falta de dinheiro, apenas nos sobra o abismo à frente, ou o retorno ao modelo da mão de obra barata (que é como quem diz, quase escrava, mesmo). Afinal, em que mundo é que esta gente vive?


Como é evidente, o caminho tem que ser outro. Oxalá estejamos preparados para o delinear.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Eurosondagem para a SIC, Expresso e Visão!

PS - 36%,  PSD - 28,5%,  CDS - 13%,  BE - 8%,  CDU - 8%

Esta sondagem feita pela a Eurosondagem para a SIC, Expresso e Visão foi realizada após a eleição do novo lider do PSD, Pedro Passos Coelho. Além das intenções de voto caso as eleições fossem hoje, a sondagem revela ainda o reforço da popularidade de José Sócrates e de Cavaco Silva.
É particularmente interessante porque é feita já com os dados todos em cima da mesa. O desenho do espectro de candidaturas presidenciais não deverá alterar-se e o mesmo se pode dizer para os partidos e as suas aspirações em eleições legislativas.
É inevitável a leitura de que os cidadãos previligiam a regularidade e a capacidade dos politicos para apresentar propostas governativas. Assim, dá-se o reforço das figuras de Estado, que saem pouco penalizadas pelos chamados "casos". Dá-se tambem o reforço do PS em relação ao PSD, apesar do elan da eleição do novo lider. E até o CDS acaba por ver as suas posições reforçadas, fruto duma actuação que, goste-se ou não, é persistente e sistematizada.
A manterem-se assim as sondagens dificilmente alguem tem vontade de abrir uma crise politica, o que é muito bom para a governabilidade do país numa situação tão critica.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Negócios chorudos!



Na ânsia de encontrar qualquer coisita com que incriminar José Sócrates, a direita, devidamente orientada pelas eternas mãos invisíveis da comunicação social (que agora já tem nome; Manuela Moura Guedes, Moniz, José Manuel Fernandes, etc.) abriram a caixa de pandora. Estão agora perante a galeria de horrores com que se vão condenar.
Submarinos, Contrapartidas, Pandur, Helicópteros, etc., milhões e milhões de euros ao desbarato, com a justiça alemã à perna, todos com a chancela PSD e CDS.
Como sempre, não se devem misturar os planos politico e criminal. A justiça fará o seu caminho desde a Alemanha e ainda havemos de chegar a saber se houve ou não ilícito criminal e quem foram os tais membros dos dois partidos que alegadamente beneficiaram dos negócios.
Já quanto às questões politicas, podemos tirar enormes ilações, até porque neste caso elas desembocam precisamente nas questões criminais. Irónico, no mínimo. É que mais do que a investigação alemã, é difícil não conjecturar sobre implicações criminais, sendo o que daí resultar ser a única coisa que pode justificar tamanha incúria da defesa dos interesses nacionais (politica, portanto). Contrapartidas que não existem, Carros de combate que não funcionam ou tem defeitos, helicópteros sem assistência, etc. configuram um cenário de lesa pátria que não pode ser ignorado.
A sensação que dá é que dali ninguém sai vivo. Nem mesmo essa "grande figura da democracia" chamada José Manuel Durão Barroso. Bem podem as velhas forças vivas do regime estrebuchar, que depois do verdadeiro tiro no pé que deram na comissão de ética da AR e agora com os "submarinos", o povo português não vai desviar tão cedo o foco de atenção e vai continuar a apoiar o único referencial mínimo de dignidade na vida publica.

terça-feira, 30 de março de 2010

Hoje foi dia de recados!

Ribeiro e Castro teve o seu momento, mas Ângelo Correia foi muito mais longe. Para bom entendedor não ficou quase nada por dizer e aquilo que foi dito vai pautar a actividade política do maior partido da oposição nos próximos tempos. Colocou Cavaco no seu devido lugar, propôs Pinto Balsemão para o tal de “Conselho Superior” e disparou mensagens em todas as direcções. O que é bom em Ângelo Correia é que se entende sempre ao que vem. E nem precisa de dizer muito, só é preciso estar atento. Um dia, mais lá para a frente, Pedro Passos Coelho vai-se deparar com algum melindre, mas da forma como conseguir resolver as questões com o “terrível Ângelo” se verá se tem fibra de líder ou se vai ser apenas mais um.

segunda-feira, 29 de março de 2010

José Ribeiro e Castro

José Ribeiro e Castro disse hoje o que muitos não têm coragem de dizer. Que gostava de ver o país governado por uma maioria de direita liderada pelo CDS. E justificou bem. Sabemos que é difícil, quase impossível. Não é aquilo que queremos, nem de longe nem de perto, mas a politica precisa deste lado de desafio, de ambição e até de utopia. Estas coisas só surgem de quem vive intensamente as suas convicções e isso faz falta, é preciso.

sábado, 27 de março de 2010

Perguntas obrigatórias 4

Depois da pressão vergonhosa sobre os orgãos nacionais do PSD aquando da Lei das Finanças Regionais;
Depois de ter feito aquele numero retrogrado no ultimo congresso do PSD;
Depois de ter manobrado os votos da madeira, onde Paulo Rangel chegou aos 88%;
Depois de anos e anos de autênticos números de circo à custa do dinheiro dos contribuintes,

Será que é desta que Alberto João Jardim entende que o seu tempo politico acabou?

Sobre as eleições no PSD!

terça-feira, 23 de março de 2010

Sobre o debate PSD, um pouco por todo o lado.


"Quanto ao debate do PSD, parece-me que Aguiar-Branco venceu esta batalha, mas que Passos ganhou a guerra. Castanheira parece merecer um lugar de deputado nas próximas listas e Rangel caiu na casca de banana de um advogado de rabo pelado e voltou a não emergir como o encoberto em noite de nevoeiro.
Passos, melhor do que os outros em economia e finanças, até aguentou no caso do PGR e do MP, perante a tentativa de emissão ex-catedra e lentífera de um assistente de direito à procura de tese, esboçando o tradicional argumento de autoridade, um pedacinho gnóstica. O mesmo Passos, prefigurando-se já como líder do PSD, interessou-lhe que Branco malhasse no ex-irmão de facção. E preferiu pairar em discurso redondo, para que cavaquistas e anticavaquistas, sociais-democratas e liberais, nele se revissem. Por outras palavras, ao não perder, venceu...
Passos cumpriu os prévios ensaios e conseguir emitir a mensagem do princípio ao fim, já com direito a indirectas e farpas sobre Rangel. Este, habituado aos aplausos dos que o confundem com o messias, demonstrou não ter recursos de diálogo para a chamada conversa. Por outras palavras, foi mal treinado para a normalidade da palavra posta em discurso, a que os gregos chamavam "logo" e que costumamos traduzir por razão. Parece só saber falar de palanque para as palmas e não reparou que nem todos os adversários são vitais...
Aguiar-Branco foi a todas, assumiu o cavaquismo e o maneleirismo, o sá-carneirismo e o menezismo,l soube manter a camaradagem jota com Passos e mostrou que respira política com alma e categoria. Eu que, dele desconfiava, por causa do maneirismo, rendi-me à qualidade, ao contrário do que previamente julgava de Rangel, cujas expectativas saíram frustradas...
Não tenho dúvidas que Sócrates, se o deixassem votar, escolheria e mandaria escolher Paulo Rangel. Era porreiro, pá!" José Adelino Maltez

Que miséria!

São tão fraquinhos, mas tão fraquinhos que, de repente, Castanheira Barros até pareceu possível. quase me consegui esquecer dos túneis entre as ilhas dos Açores. Ainda assim, há que reconhecer que o que menos se perdeu foi Passos Coelho. E conseguiu fechar bem fazendo uma quadratura do circulo em que deixou os outros sem resposta possível.

Paulo Rangel e a célebre "ruptura"!


segunda-feira, 22 de março de 2010

Confesso-me surpreendido, já não esperava por tanto!

Estados Unidos
Obama faz história com aprovação da reforma da saúde

Ao fim de pouco mais de um ano na Casa Branca, o Presidente Barack Obama pode reclamar um extraordinário feito político que escapou aos seus antecessores nos últimos cem anos: a assinatura da mais profunda reforma do funcionamento do sistema de saúde norte-americano, que aproxima os Estados Unidos da cobertura universal em termos de cuidados médicos. Público

terça-feira, 16 de março de 2010

PEC para que te quero!

Convenhamos, é muito difícil a direita arranjar argumentos para não viabilizar o PEC. Toda a estratégia possível de contenção da despesa e da divida está lá presente. O PS sabe isso e daí que propôs o documento à discussão na Assembleia e requereu a sua votação.
Os partidos à esquerda não iriam nunca dar o seu aval a um documento que propõe uma consolidação das contas públicas do lado da despesa. Restam, tal e qual como no Orçamento de Estado para 2010 os partidos à direita. Mais consequentes em relação ao regular funcionamento das instâncias financeiras internacionais.
Claro que vão levantar questões, claro que vão apontar milhares de contradições ao Primeiro-Ministro e ao Ministro das Finanças, claro que sim. Mas no fim o PEC vai passar. E vai passar porque independentemente de opções pontuais distintas, que cada um poderia ter, eles sabem que nesta linha estrutural do poder, nada mais há a fazer. Nenhum deles faria nada de muito diferente e, por não poderem correr o risco eleitoral (preconceitos de direita, claro) seriam até bem menos eficazes.
Vejamos mais em detalhe:
- Introdução de um novo escalão de IRS – Aqui está algo que a direita nunca faria, mas em boa verdade a medida é mais simbólica do que efectiva. Introduz uma componente de justiça social num plano que procura mostrar que não são só os mais pobres a pagar a crise. Quanto a resultados efectivos, não é muito o que o Governo pretende obter por essa via.
- Tributação das mais-valias – Aqui está outra coisa que a direita nunca faria, mas segue exactamente a mesma linha da medida anterior, com a agravante que o Governo vai diferi-la no tempo. Portanto a forma é distinta mas o resultado é parecido e o que se pretende alcançar é uma estabilidade financeira que não permita tumultos em tempo de crise.
- Redução dos benefícios fiscais – A direita bem pode apelidar de injusta esta medida, bem pode apresentar a s contradições de José Sócrates, mas em termos de táctica politica foi mesmo na mouche. É que a direita mais erudita, da qual os partidos se servem para os aspectos doutrinários, sempre se mostrou contra estas práticas que dizem socializantes. Como vão agora ser firmes contra uns pequenos ajustes? Qualquer um de nós desmonta isso em três tempos.
- Cortes nas grandes obras públicas, TGV e Auto-estradas – Claro que quem passou os últimos anos a criticar estes investimentos, não pode vir agora criticar a sua redução a metade. Para eles, o ideal seria nada, mas metade já é melhor do que tudo, não é? Com que moral criticam o adiamento da linha do norte do TGV, se nunca quiseram nenhuma? Eu posso criticar, já que investi fortemente a minha opinião na realização dessa infra-estrutura essencial para o desenvolvimento do país, a direita não pode. E com que moral se critica o adiamento de uma ou duas auto-estradas depois de se ter passado anos a ridicularizar a construção de mais estradas e a politica do betão? Evidentemente, não pode (mas aposto que Paulo Portas vai cair nesta).
- Introdução de portagens nas SCUT’s – Ora batatinhas, isto estava previsto no consulado Ferreira Leite / Paulo Portas. Podem alegar que afinal tinham razão, e eu acho que sim (João Cravinho também tem, mas só com a economia a crescer acima dos 3%, o que não se afigura próximo), mas não podem criticar, porque afinal era o que queriam implementar. Haja seriedade. É importante é que o principio do utilizador / pagador seja implementado de igual forma por todo o território ou, caso seja feita alguma descriminação positiva, ela tenha incidência sobre as regiões mais pobres.
Talvez haja ainda mais algumas linhas políticas que me escaparam, mas a tónica vai ser esta. O PEC vai ser viabilizado. Aliás, como poderia ser de outra forma se a própria Comissão Europeia, através de Durão Barroso, e o Eurogrupo, já vieram elogiar o documento?
Outra coisa é se o PEC vai ser cumprido. Mas conhecendo este Primeiro-Ministro, conhecendo este Ministro das Finanças e conhecendo os portugueses, quer-me parecer que sim, que vai. Já o fizemos no anterior e vamos faze-lo novamente.

Rescaldo de Mafra

Verifico que a maioria da opinião publicada avaliou de forma positiva, muito positiva para o PSD, o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa no Congresso de Mafra. Não penso assim. Acho mesmo um discurso perigoso para um partido que, como se afirma, vai definhando e corre o risco de passar de partido da alternância do poder, para apenas mais um partido com assento parlamentar.
Vejamos, qual deve ser a linha de preocupações de um partido de poder que se encontra na oposição. Reajustar pressupostos ideológicos e questões de principio aos tempos (caso o entendam como necessário) encontrar uma linha programática adequada e escolher os protagonistas. Nada mais, simples directo e eficiente.
O que é que o mesmo partido não deve fazer; perder-se em tricas, discutir estratégias à porta aberta, revelar tácticas. Exactamente o que Marcelo fez. Marcelo e Santana, para alegria dos jornalistas presentes. Nestes congressos há sempre uns Fernandos Costa para estas coisas, que não podem nem devem ser feitas pelas figuras de proa, sob pena de condenar o partido ao descrédito.
Marcelo Rebelo de Sousa discutiu a estratégia e revelou a táctica. Maioria absoluta de direita é, para ele, o caminho. Se o congresso o ouvisse, e decidisse, ou se o ouviu e assim decidir, Paulo Portas fica desde já com o melhor seguro de vida a que poderia almejar. Vai discutir alianças no pior momento da história do PSD, e com o ás de trunfo na mão; é o tudo ou nada.
O mais irónico é que Marcelo persiste no erro. Já o cometeu antes e tenta agora persuadir os outros a percorrerem o mesmo trilho. Mais uma vez a história do lacrau e do crocodilo, é da sua natureza.
Ao fim e ao cabo, qualquer um dos três candidatos a líder está melhor preparado para o cargo. Paulo Rangel não disse nada, por isso não se comprometeu. Passos Coelho disse muito, quase tudo irrelevante, mas também não comprometeu (os votos de jardim são votos de militantes da Madeira, quem estiver à espera disso para ser um bom governante, mais vale nem tentar). Aguiar Branco, porventura o mais interessante dos três, disse algumas coisas nas quais vale a pena reflectir, nomeadamente no que diz respeito às perspectivas económicas para o futuro de médio prazo. Não comprometeu mas não vai ter hipótese.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Finda que está a asfixia democrática...

...aliás finda e engarrafada pela “Lei da Rolha” do conclave laranja, as faces ocultas e tentativas de demonstrar tenebrosos atentados à liberdade de expressão tenderão a deixar de ser notícia.
Poderá então Sócrates dormir descansado e no dia seguinte acordar para mais uma jornada de governação deste nosso Portugal?
Pois parece que não. Ainda hoje é segunda-feira e já os “braços armados” da estratégia botabaixista estão em campo:
1. O Correio da Manhã já anuncia nova vaga de investigações sobre o Freeport, deslocações a Londres, mais o fim do mundo em cuecas. Pergunta-se: mas há algum facto novo? Pois parece que não. É só corpo de noticia para fazer manchete sem nada, mas absolutamente, nada de novo que se acrescente ao caso.
2. Já o Público é mais rebuscado, e desta vez vai a fundo numa investigação de algibeira, sobre uma casa onde supostamente José Sócrates viveu e cujas obras não teriam sido correctamente licenciadas pelo respectivo promotor imobiliário. Noticias que não são notícia mas que se fazem notícia porque o jornalista arranja forma de lá colar o nome do PM.
Como se supõe que Sócrates já tenha alguma vez passado um sinal vermelho, ou pelo menos estacionado em lugar proibido, ainda vamos ver manchetes do tipo: Multa de José Sócrates desaparece misteriosamente; à data era Armando Vara quem dirigia a Fundação para a Prevenção Rodoviária.

domingo, 14 de março de 2010

O fim da “tanga”, da “asfixia democrática” e da “politica de verdade”.

Fernando Costa, presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha pelo PSD, arrasou com a “asfixia democrática” e com a “politica de verdade” enquanto discurso politico que esteve na base do argumentário do PSD nos últimos anos.
Preto no branco, pôs a nu toda a retórica vergonhosa com que o PSD nos brindou, revelando todo o sectarismo, toda a mentira e toda a falta de vergonha que esteve por trás da liderança do PSD .
Inequivocamente, sem papas na língua, disse com todas as letras como Passos Coelho foi escorraçado, como Miguel Relvas foi escorraçado, mas mais importante, disse que há presidentes de Câmara do PSD que tem medo, medo de falar.
Esta é a direcção do PSD que pratica o “delito de opinião” e o condena. A direcção de Manuela Ferreira Leite, que fez como suas bandeiras a “politica de verdade” e a “asfixia democrática”, foi desmascarada pelo próprio partido, em pleno congresso e em directo para todo o país ver.
É a vida, mas é também o fim de um ciclo dos que tentaram tomar o poder com base na mentira, na calúnia e na maledicência.

Fernando Costa, Presidente da Câmara das Caldas...

"vocês (direcção nacional do PSD) deviam ter vergonha do que fizeram!
Escorraçaram Pedro Passos Coelho, escorraçaram Miguel Relvas!"


"Eu não tenho medo, mas há presidentes de câmara (do PSD) que tem!"

Aqui está a asfixia democrática…

sábado, 13 de março de 2010

Isto tinha mesmo que transcrever...


"É muito difícil encontrar católicos, mesmo quando os procuramos dentro das igrejas. Já encontrar quem tenha opiniões acerca da religião católica, é mais fácil do que pisar beatas à porta de um café. Os padres devem poder casar? Saltam logo retumbantes apoios ao casório. As mulheres devem poder ser ordenadas? Caem do céu inflamados protestos contra o atraso de dois mil anos na implementação dessa paridade sexual. A Igreja deve ficar calada quanto ao aborto? Levantam-se clamorosas vozes a exigir que os religiosos deixem de perturbar a sociedade secular com a expressão pública das suas aberrações teológicas.
Muito bem. Não há problema algum com este fenómeno onde indivíduos que não são católicos, nunca o foram, nem se imaginam a ser, desatam a emitir sentenças a respeito de matérias cuja história e racionalidade ignoram. Nenhum problema, dado que é nessa civilização da liberdade, mesmo daquela liberdade que não sai da ignorância, que apetece viver. O problema é não se prolongar o interrogatório. Por exemplo, que pensam essas pessoas do dogma da virgindade de Maria? Faz sentido manter essa léria ou há vantagem em reconhecer que o velho José sempre molhou a sopa na miúda? E quanto aos milagres relatados nos Evangelhos, devemos ignorar as evidências científicas que nos garantem não existir milagre algum neste mundo, à excepção da actual época do Benfica? Já agora, tendo em conta a complicação em que se tornou a concepção trinitária de Deus, não será preferível fazer uma versão simplificada onde a divindade seja descrita como um Noddy de barbas?
Até pagava para conhecer essas respostas."
Val, no Aspirina B

Conclave laranja (resumo da tarde)

Muito bom congresso, ao contrário dos candidatos. Ninguém diz nada de muito relevante, mas pelo menos sente-se que andam à procura de um rumo.
Já os candidatos…
Paulo Rangel, francamente, que miséria! Fala bem, galvaniza, mas não diz coisa nenhuma. Vazio, vazio, vazio.
Passos Coelho, francamente, que miséria! Mas para que raio interessam os seus melindres privados, e as suas dúvidas existenciais?
Aguiar Branco, francamente, ainda é o melhorzinho dos três. Não tem grandes atributos tribunícios, não tem grande apoio das bases, mas pelo menos alinha duas ou três ideias com o mínimo de coerência.
Portanto, em jeito de resumo da tarde, valeu a intervenção de Santana Lopes, emotiva como sempre, mas desta vez bem alinhada, direccionada e orientada. Só foi pena estar demasiado voltado para o passado.

Que decepção!

Marcelo Rebelo de Sousa oscilou entre o obvio, no inicio do discurso, o passadismo, a meio e a propósito das estratégias que defende, e os recados, mais para o fim.
O óbvio todos sabemos o que é. O passadismo são aquelas estratégias tipo AD antes do tempo. Quanto aos recados, o mais importante foi a grande crítica à demagogia do próprio partido quanto às posições assumidas pelo PSD na Assembleia da República, nomeadamente votando ao lado do PCP e do Bloco de Esquerda em questões de princípio. Só para reforçar coligações negativas contra o PS.
Talvez por isso tenha sido tão parco em elogios à Dra. Manuela Ferreira Leite.

Perguntas obrigatórias 3

“Portugal é um País com um elevadíssimo défice alimentar”. Cavaco Silva

Duas perguntas obrigatórias que se impõe:

- Foi o Presidente Cavaco que disse isso ou foi a má consciência do Primeiro-Ministro Cavaco, cujos programas ao abrigo dos fundos comunitários pagavam milhões e milhões aos agricultores para NÃO PRODUZIR?

- Esta temática, em dia de congresso laranja, foi encomendada por Paulo Rangel?

Conclave Laranja (resumo da manhã)

Abertura, boas vindas e muitos elogios aos autarcas laranjas.
Meia dúzia de trapalhadas sobre alterações aos estatutos e sobre a própria duração do congresso; não interessa nada até porque ninguém percebe nada daquilo. Aliás, só revela o estado a que aquele partido chegou.

De resto, foi o discurso de despedida da Dra. Manuela Ferreira Leite. Honrado, sem dúvida, coerente, também, mas muito muito deprimido e deprimente. De birra, mesmo; "Vêem como eu tinha razão!"

Só que depois, a razão, assim como o discurso de verdade é aquela buraqueira argumentária. 

A Dra. Manuela critica as privatizações do PEC. Será a mesma Dra. Manuela que participou nos governos Cavaco e que quando foi ministra das finanças passou três anos a disfarçar o défice com receitas extraordinárias.

A Dra. Manuela fala de endividamento. Será a mesma Dra. Manuela que vendou os créditos fiscais ao Citibank e cujo prejuízo custa ainda hoje mais do que os gastos com as SCUT's?

Mas o mais interessante foi ver Rui Rio bater palmas à Dr. Manuela, quando esta criticou as privatizações do PEC com a acusação implícita de desbaratar património. Será que é o mesmo Rui Rio que paga os terrenos do Parque da Cidade desbaratando todos os terrenos municipais?

Bem, aguardemos pelos novos desenvolvimentos, porque aquilo não vai acabar bem...
Mas logo mais à noite já vemos.

sexta-feira, 12 de março de 2010

A cidade estática

A propósito da recente proposta de Manuel Pizarro para a criação de uma loja do cidadão na praça de Lisboa, vieram-me à memória sensações longínquas.
A ideia de percepcionar a cidade estática enquanto experiencia da vivencia do fenómeno artístico de grande escala; à semelhança de algumas instalações urbanas cujo fim em si mesmo mais não é do que essa vivencia temporária.
Um dos desígnios da arte sempre foi esse, posicionar o fruidor perante o inesperado, porque novo, ou pelo menos resultante de uma visão nova e singular do criador.
Não creio que o projecto da praça de Lisboa, e a sua realização tal como hoje a conhecemos tivesse amplas ambições quanto a constituir-se como objecto de excelência no panorama artístico. Antes pelo contrário, tudo me leva a interpretar o processo como um mecanismo de defesa face à magnificência da envolvente. Quem, em boa verdade, e de forma consciente, se proporia intervir de outra forma mesmo junto à torre dos clérigos, um dos maiores expoentes arquitectónicos do país? Quem, entre os Clérigos e a Universidade, há vista da cadeia da Relação (já para não falar dos leões) se proporia criar um objecto extrovertido?
Porém, retirar à “vista” da cidade os seus principais elementos dinâmicos, mantendo como focos de atenção a estaticidade das fachadas, atirou com o projecto da praça de Lisboa para a galeria das instalações artísticas, efémeras, e por isso mesmo condenadas a desaparecer.
Pode o mundo parar no meio do turbilhão? Pode o tempo parar e relegar-nos para um estado de mera contemplação? Pode, mas não por muito tempo. À semelhança do que dizem ser a atmosfera surreal do interior de um ciclone, onde o vento para e o ruído desaparece, também o bunker no meio da praça está condenado a só servir esse momento em que abrimos um pouco os horizontes dos nossos sentidos. Sob pena de, tal como acontece com o ciclone, destruir tudo em redor.
Claro que o tempo curto dos fenómenos meteorológicos precipita impactos não facilmente perceptíveis no tempo mais longo das cidades, independentemente de outros paralelismos que se possam encontrar. Também os ciclones modelam cenários à sua passagem, e nem todos são de mera destruição. Tal como na praça em redor do bunker, os momentos não são todos iguais.
Perpetuar o lugar onde nada se passa mas muito se avista pode parecer, e ser, muito interessante, não fora a circunstância de ser exactamente disso que se vem afastando as pessoas, assim que encontram possibilidades de sustento fora da estrita exploração directa e disseminada no território. Foi por isso que criaram as cidades.

Já não sou só eu, agora são eles.

Aqui!


"...nos posts sobre as directas no PSD, existe frequentemente um preconceito de classe a pairar nas apreciações. Por exemplo, um dos candidatos (Rangel) tem imensa classe, estudou imenso, sabe de cor os clássicos; outro, (Passos) é sempre apresentado como alguém que não faz parte da elite, não leu o suficiente, não sabe o suficiente, não é um dos nossos e não está preparado. É mesmo interessante: leiam com atenção.
Julgo que esta é a explicação de muita da raiva que tem acompanhado algumas análises políticas recentes. É curioso que Cavaco Silva (que chegou a Presidente da República) ainda sofra deste mal em numerosos textos publicados. Ele não tem jeito, não tem sofisticação, não serve porque não leu, não cita de cor os clássicos, só sabe de economia. Um horror!
Na sociedade portuguesa, muitas coisas têm a ver com classe social. Se fulano não estudou nos melhores colégios, não pertence à elite; se usa determinado vocabulário e não outro, mais vale estar calado; se dá dois beijinhos em vez de um, é burgesso; se não é de boas famílias, enfim, nem merece resposta."

"O que está em causa no PSD é semelhante: uma substituição de elites do partido, um processo de renovação. E alguns comentadores, que passam o tempo a queixar-se de que não há renovação na política portuguesa, deviam refrear os seus preconceitos de classe e tentar ver o que parece evidente. Mas não haja ilusões: Passos, mesmo que vença no PSD, será sempre um forasteiro para estes comentadores."

Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem é!


Sindicato do Ministério Público forçou processo a Lopes da Mota


Excertos com significado (há coisas incriveis, não há?):


Relatando o dia do polémico encontro com Lopes da Mota, os dois procuradores dizem ter sentido alguma estranheza em relação aos comentários do então presidente da unidade europeia de cooperação judiciária. Mas combinaram manter o assunto entre os dois. No dia seguinte, almoçaram com António Cluny, presidente cessante da direcção do sindicato, e João Palma, que seria eleito sucessor no fim-de-semana seguinte. Contam o que se passou e pedem confidencialidade.

À saída do almoço, o procurador Paes de Faria comenta, dando a entender o impacto que a conversa tivera nos interlocutores, que se calhar tinham feito mal em abordar o assunto. "Deixa lá. Está dito, está dito, agora já não há nada a fazer", responde-lhe Vítor Magalhães. Dois dias depois, é noticiada a existência de pressões e Vítor Magalhães assegura ter sido na sequência dessa notícia que decidiu contar o sucedido à directora do DCIAP, Cândida Almeida.

No primeiro depoimento que faz ao inspector encarregue do inquérito, Paes de Faria confessa ter ficado "surpreendido e não menos incomodado" quando ouviu o recém-eleito presidente do sindicato, João Palma, prestar na televisão declarações sobre as pressões. E ficou "preocupado" por perceber que o caso assumia uma repercussão pública "desproporcionada, tendo em conta a relevância que, pessoalmente, dera aos factos".

quinta-feira, 11 de março de 2010

Hoje é dia de sondagens!

Pertinho da maioria absoluta, muito pertinho mesmo!
Se as eleições fossem hoje, o PS voltaria a ganhar com 41% dos votos. Mais 3% do que na última sondagem. Barómetro da Universidade Católica para a RTP entre os dias 6 e 9 de Março.

quarta-feira, 10 de março de 2010

E tu, tens ido ao sótão?

Quanto mais a gente se baixa, mais o rabo se nos vê!

“Agência Fitch tem dúvidas sobre eficácia do PEC português”


Aqui está, os gregos vão manda-los para a p… que os pariu. Os alemães (e com um governo de direita) querem regulação sobre o livre arbítrio das agencias de rating. A Comissão Europeia de Durão barroso e o Banco Central Europeu, também já ponderam rever a situação. Nós por cá, com receio das elevadas taxas de juro e das premonições da Dra. Manuela resolvemos acatar, para criar consensos, aprovar orçamento e PEC, etc. e tal. Meu caro José Sócrates, eles só respondem ao dono, e os donos são quem nós sabemos. Não é preciso dizer mais nada, pois não?

terça-feira, 9 de março de 2010

Olha, gostei de ouvir Morais Sarmento!

Bom programa, bom debate, boa estreia hoje na SIC noticias. Francisco Assis esteve bem, como sempre, ou quase sempre, está! Mas gostei também de ouvir Morais Sarmento, quem diria… Salvaguardando aquilo que nos separa, que é muito, surpreendeu-me o discurso muito bem estruturado. O que revela reflexão e ideias no sitio. Ah! Dra. Manuela, devia ter estado mais atenta, olhe que esse Rangel fica a milhas deste cavalheiro. Ás vezes vale a pena percorrer caminhos mais obscuros.

Huauuuu! O populismo está ao rubro.

Quando ligo a televisão só ouço barbaridades. Reduzir deputados, diz Bagão Félix. Reduzir ministérios, diz um andróide simpático qualquer. Reduzir ordenados dos políticos, dizem os strumpfs. Despedir funcionários públicos, diz qualquer um. Reduzir ordenados de tudo o que mexa e esteja ligado ao estado, diz o prof. Karamba.

Lá que seja necessário controlar contas, é inegável. Lá que seja necessário controlar desperdício, nomeadamente nos sectores intermédios do Estado, pode-se dizer que seria bom, mas já terá ocorrido a esta gente que, se o Estado começa a cortar e a retrair a torto e a direito, o país pára.

Estarão os portugueses disponíveis para paralisar por uns bons anos e depois, face à tremenda necessidade, voltarem à mão de obra barata, submissa ao investimento estrangeiro e à mercê de imposições laborais desumanas?

E a direita, sempre tão patriota, embarca nisto?

O dedo na ferida!

Pais do Amaral põe o dedo na ferida! O casal Moniz nunca conseguiu resistir à tentação de instrumentalizar a TVI, por motivos políticos. Mai nada!

Hoje, fiquei piurço...

... e apanhei esta reclamação de um amigo!

Lido durante um jantar, no Carnaval de 1934, na presença de um Ministro da Agricultura – Leovigildo Queimado Franco de Sousa


Ao Excelentíssimo Senhor Ministro da Agricultura

Exposição

Porque julgamos digna de registo,
a nossa exposição, Sr. Ministro,
erguemos até vós humildemente,
uma toada uníssona e plangente,
em que evitámos o menor deslize,
e em que damos razão da nossa crise.
Senhor, em vão esta província inteira,
desmoita, lavra, atalha a sementeira,
suando até à fralda da camisa.
Mas falta-nos a matéria orgânica precisa,
na terra que é delgada e sempre fraca.
A matéria em questão, chama-se caca.
Precisamos de merda, senhor Soisa,
e nunca precisamos de outra coisa…
Se os membros desse ilustre Ministério
querem tomar o nosso caso bem a sério;
se é nobre o sentimento que os anima,
mandem cagar-nos toda a gente em cima
dos maninhos torrões de cada herdade,
e mijem-nos também, por caridade…

O Senhor Oliveira Salazar,
quando tiver vontade de cagar,
venha até nós, solicito, calado,
busque um terreno que estiver lavrado,
deite as calças abaixo, com sossego,
ajeite o cu bem apontado ao rego,
e como Presidente do Conselho,
queira espremer-se até ficar vermelho.
A nação confiou-lhe os seus destinos…
Então comprima, aperte os intestinos.
e ai..se lhe escapar um traque não se importe…
quem sabe se o cheirá-lo não dará sorte…
Quantos porão as suas esperanças
num traque do Ministro das Finanças…
e também, quem vive aflito e sem recursos,
ja nao distingue os traques, dos discursos…
Não pecisa falar, tenha a certeza,
que a nossa maior fonte de riqueza,
desde as grandes herdades às courelas,
provem da merda que juntarmos nelas .
Precisamos de merda, senhor Soisa,
e nunca precisamos de outra coisa,
adubos de potassa, cal, azote;
tragam-nos merda pura do bispote,
e de todos os penicos portugueses,
durante pelo menos uns seis meses.
Sobre o montado, sobre a terra campa,
continuamente eles nos despejem trampa.
Ah terras alentejanas, terras nuas,
desesperos de arados e charruas
quem as compra ou arrenda ou quem as herda
sempre a paixão nostálgica da merda…
Precisamos de merda senhor Soisa,
e nunca precisamos de outra coisa…
Ah, merda grossa e fina , merda boa,
das inúteis retretes de Lisboa.
Como é triste saber que todos vós
andais cagando, sem pensar em nós…
Se querem fomentar a agricultura,
mandem vir muita gente com soltura…
Nós daremos o trigo em larga escala,
pois até nos faz conta a merda rala…
Ah, venham todas as merdas à vontade,
Não faremos questão da qualidade,
formas normais ou formas esquisitas.
E desde o cagalhão às caganitas,
desde a pequena poia, à grande bosta,
tudo o que vier a gente gosta ,
Precisamos de merda, Senhor Soisa ,
E nunca precisamos de outra coisa…

(originalmente postado por Edmundo Barbosa Cadilha)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Para memória futura!

Governo prevê arrecadar seis mil milhões com privatizações
Hoje, TSF Notícias

O ministro das Finanças prevê o controlo da dívida pública com o dinheiro que arrecadará com as privatizações, não devendo o desemprego baixar dos nove por cento até 2013.
O ministro das Finanças prevê arrecadar seis mil milhões de euros com as privatizações previstas no Programa de Estabilidade e Crescimento, o que, na opinião de Teixeira dos Santos, permitirá «controlar o andamento da dívida pública».
«De acordo com as nossas projecções, a dívida pública irá subir gradualmente, por efeito ainda do défice elevado que teremos nos próximos anos, até ao nível da ordem dos 90,1 por cento do PIB em 2012, mas baixará já em 2013 para 89,3 por cento. Isto graças ao impacto que a receita das privatizações terá», explicou.
Segundo o PEC, o défice das contas públicas vai passar de 8,3 por cento do PIB em 2010 para 6,6 em 2011, descendo depois para 4,7 por cento em 2011 para se fixar em 2,8 por cento em 2012, valor já abaixo do definido no Pacto de Estabilidade e Crescimento.
Quando ao crescimento da economia, este passará de 0,7 por cento em 2010 para 0,9 por cento em 2011, acelerando para 1,3 por cento em 2012 para chegar aos 1,7 por cento em 2012, enquanto que a dívida pública subirá para os 90,1 por cento do PIB em 2012.
No que toca à taxa de desemprego, está nunca baixará dos nove por cento até 2013, prevendo-se seja de 9,5 por cento em 2012 e de 9,3 por cento em 2013.

Capas que dão que pensar!

Por onde é que anda a Europa?

domingo, 7 de março de 2010

Perguntas obrigatórias 2

O que é que leva um jornal de referência nacional, como o Expresso, a publicar noticias falsas, como a dos novos indícios sobre o Freeport, que supostamente levariam inspectores da judiciaria a Londres? E porque é que perante a verdade nua e crua dos factos, o mesmo jornal não promove imediatamente um desmentido com a exacta proporção com que publicou a noticia falsa?

sábado, 6 de março de 2010

Perguntas obrigatórias.

Havendo violações diárias do segredo de justiça, por que razão tal crime não ocorre em relação aos casos BPN, BPP e Operação Furacão? No Câmara Corporativa.

Manuel Pizarro apresentou candidatura!

Manuel Pizarro, secretário de Estado adjunto da Saúde, apresentou hoje a sua candidatura à liderança da concelhia do PS-Porto, numa iniciativa essencialmente voltado para os militantes do partido.
A afluencia em peso das pessoas e a expectativa criada indicíam uma clara aposta na mudança de politicas do PS Porto para os anos que se avizinham. O candidato traça um diagnóstico muito sombrio da cidade, que tem sido governada pela direita nos ultimos mandatos, e promete uma intervenção mais criativa e interventiva. Compromete-se a constituir uma alternativa politica congragadora liderada pelo PS, que se sente unido em torno dos designios mais importantes para a cidade, cuja capacidade de afirmação está em perda continua, com uma desertificação acentuada e uma constante perda de poder económico.
Não se tratando de uma candidatura à Câmara do Porto, a moção de estratégia apresentada volta-se já claramente para fora, inumerando diversas orientações para a cidade, entre as quais a preocupação com a degradação económica e as politicas de sustentabilidade.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Fiquei chocado!...

...ao ouvir Maria João Avillez. Que tacanhez, que inteligência tão limitada, que pessoa tão preconceituosa, que senhora tão ultrapassada. Mas principalmente, que cidadã tão despudorada. Que falta de vergonha estar na televisão a dar voltas e voltas ao discurso para não dizer o obvio, aquilo que sente e que a move; não reconhece a nenhum dos candidatos ao PSD suficiente pedigree para governar o país. E a ironia está precisamente aqui. É que é por isto que Sócrates tem sido atacado desde o primeiro dia em que chegou ao poder. As elites nunca lhe reconheceram pedigree e fizeram-lhe a vida negra desde a primeira hora. A ironia é que voltaram todas as esperanças para o PSD e as contas vão sair furadas. O PSD prepara-se para eleger um líder sem pedigree. Galo nítido.

Após um famoso telefonema para Deus...

...a mandar tapar o SOL (este inverno, que não acaba nunca...) José Sócrates continua a liderar nas sondagens. Isto é, o PS ganharia de novo se as eleições fossem hoje.

PS: 40,3%
PSD: 34,3%
BE: 10,0%
CDS-PP: 7,8%
CDU: 6,3%
Outros: 0,8%

Sondagem Intercampus para o Público, 23/27 Fev.

Isto de sondagens tem sempre muito que se lhe diga, já que se publicam números com base em pressupostos distintos. Mas ainda assim, pode-se verificar que o PS sobe em relação ao resultado das legislativas. O PSD também sobe, mas essencialmente à custa do CDS, que apresenta nesta sondagem um resultado muito baixo e pouco credivel. É possivel que a intenção de voto no PSD venha a subir com a escolha de um novo lider mas, em cenário de eleições terá que se descontar o voto no CDS. O Bloco mantém a sua posição inalterada e a CDU está em queda.
A conclusão mais obvia é a de que o caso das escutas pouco ou nada tem afectado o PS. A outra conclusão é a de que a aproximação do processo eleitoral no PSD já produz resultados, desviando a intenção de voto no CDS.

"Underdog" à moda da Tugolândia

O “underdog” na política de raiz anglo-saxónica é aquele candidato que ninguém espera que ganhe. Acontece por vezes, que com o decorrer do processo se vai afirmando e de repente até ganha mesmo. Aplicado ao processo eleitoral do PSD poderia ser o caso de um Castanheira Barros. Ninguém dá nada por ele, parece até que nem está na corrida.

Mas a Tugolândia é muito mais complexa do que isso. E então quando Marcelo Rebelo de Sousa está por perto, a coisa adquire requintes de malvadez. De maneiras que, não admiraria nada se, de repente, em vez de um underdog à americana tivéssemos um à portuguesa, mais género “Cinderella”. Assim tipo “não sei, só se me pedirem muito”. Ou então, “eu não quero, as circunstâncias é que o exigem”.

E Marcelo já está a jeito. Vendo bem, nenhum dos três actuais candidatos se tem revelado grande coisa, bem pelo contrário. Rangel é a desgraça anunciada, Passos Coelho dizem que é populista (eu discordo, mas enfim) e Aguiar Branco (o meu preferido) não tem carisma. Uma coisa é certa, nenhum parece capaz de unir o partido. Vai daí que se abre uma janela de oportunidade (oh! Como elas se vão abrir nesta primavera.) para uma figura consensual. E ele lá está, liberto de compromissos televisivos e de alinhamentos partidários. Ora, um homem como Marcelo não deixa de afirmar a sua preferência e o seu apoio se não tiver alguma na manga. Quem não se lembra da forma pronta e com antecedência com que manifestou o seu apoio a Manuela Ferreira Leite…

Não, o professor está à espreita! Aliás, pensa ele, como poderia o país “resistir a tanto charme”?

Tá tolinho!

"Como é que estão os bons? Mal
Como é que estão os maus? Bem"
Pacheco Pereira, no Abrupto

À atenção dos "Medinas Carreiras"!

Fosso entre ricos e pobres pouco mudou
Publico, 5 de Março de 2010

A direita costuma dizer que nos ultimos 15 anos, apenas esteve 3,5 no poder. É incrivel que tenha sido precisamente nesses anos que o fosso entre muito ricos e pobres mais se agravou.

"Portugal está tão desigual agora como em meados dos anos 90. Nas últimas décadas, o país ficou mais rico, mas nem todos puderam beneficiar da melhoria das condições de igual forma. E o problema não é os pobres estarem mais pobres, mas os ricos estarem ainda mais ricos, trocando as voltas às tentativas de criar uma sociedade inclusiva e agravando-se o fosso entre uns e outros.
Olhando para a evolução dos indicadores, pouco mudou nas últimas décadas. Na verdade a desigualdade na distribuição da riqueza era tão grave em 2008 como em 1997. O coeficiente de Gini (que mede a distribuição dos rendimentos e que é tanto mais grave quanto mais próximo estiver dos 100) apurado para estes dois anos era de 36 por cento. Pelo meio, houve ligeiras oscilações: agravou-se entre 2001 e 2006, e depois reduziu-se ligeiramente, ficando sempre acima da média da União Europeia (29 por cento em 1997 e 30 por cento em 2008).
Os valores alcançados não orgulham ninguém e também não impedem que a realidade nacional saia mal no retrato quando se compara com o resto dos parceiros europeus. Portugal ocupa o segundo lugar, a par da Bulgária e da Roménia, na lista de países onde a distribuição dos rendimentos é mais desigual. Pior só mesmo a Letónia, que apresentava um coeficiente de Gini de 38 por cento em 2008. O resultado mais favorável verificou-se na Eslovénia, considerada o país mais equilibrado na distribuição dos rendimentos de todo o espaço europeu, com um coeficiente de 23 por cento.
Se compararmos os índice dos últimos 20 anos, o que tem sido feito na redução das desigualdades é muito pouco. Isso tem a ver com a natureza da nossa desigualdade e com as políticas seguidas, mas que somos dos mais desiguais da União Europeia é inquestionável", alerta Carlos Farinha Rodrigues, um dos economistas que mais se têm dedicado ao estudo desta problemática em Portugal."

Às vezes, a direita tem os seus momentos de lucidez!

"O programa de Paulo Rangel para a escola pública é um programa excelente para um candidato a director de uma escola secundária. Com a diferença de que se fosse falar em ensino profissional para alguns dos liceus tradicionais do país, Paulo Rangel perderia para o outro candidato.
O discurso de Paulo Rangel pode agradar a uma determinada direita, saudosa de ordem e de rigor. Mas a função do governo e do ministério da educação numa sociedade pluralista não é instituir ordem e rigor. Essa é uma tarefa para o director de escola. E cada escola tem o seu, com amplas liberdades para impor o tal rigor, se o desejar, ou para criar a bandalheira, se o desejar. O tempo em que as pessoas obedeciam acriticamente às directivas dos ministérios já lá vai, e não voltará." João Miranda, no Blasfémias.

quinta-feira, 4 de março de 2010

A ver! Discurso limpo e claro. Como tem que ser!

Pronto, e nem demorou muito!

A direita blogosférica já enterrou Paulo Rangel. Calma lá pessoal, também não pode ser assim, senão parece futebol. Não podem passar o homem de bestial a besta só porque perceberam que, de tudo o que diz, noventa por cento são disparates. Ouçam lá o Pacheco que ele acaba por arranjar argumentos para o fracasso. A "politica de verdade" no seu melhor!

Olha, o inesperado aconteceu!

José Pedro Aguiar Branco venceu o debate a Paulo Rangel. Surpreendeu pela sua combatividade, a que não estávamos habituados. Já o eurodeputado caminha a passos largos para bombo da festa. De campeão do soundbyte totó a totó completo. Mais uma vez o grande filósofo da Marmeleira, Pacheco Pereira, continua a dar tiros nos pés e a desgraçar o PSD. Óptimo! Como já anteriormente fui dizendo, Sócrates começa a estar muito mais descansado. Mas se por uma qualquer ironia do destino e desgraça do país o PSD algum dia voltar a ser governo, ainda que em coligação, será certamente melhor com Aguiar Branco do que com qualquer um dos outros.

"Eu não diria melhor"

Só rir. Coelho esmagou Rangel do princípio ao fim. E terminou a sová-lo sem piedade.
Eis uma incógnita que desaparece, Passos Coelho afinal é um guerreiro, tem tónus e agressividade. Contra um histérico do vale tudo, baralhado com a repulsa que a sua táctica suscitou a partir da vergonhosa actuação no Parlamento Europeu, Coelho apareceu muito bem treinado e não falhou os alvos. Foi a sua melhor prestação política, e televisiva, de sempre.
Rangel, entretanto, é uma fraude ambulante. Dizer-se que ele ganhou as Europeias, e sozinho, é daquelas bacoradas que até despertam um sentimento de compaixão. Basta ouvi-lo a falar do Ensino, prometendo acabar com a avaliação dos professores a troco de mais uns trabalhos de casa em cima dos chavalos, para termos a certeza de que o Paulo nunca ficará no desemprego enquanto se venderam conjuntos de atoalhados na feira da Malveira. Val, No Aspirina B

quarta-feira, 3 de março de 2010

Estou muito mais descansado… e José Sócrates também!

Depois do debate entre Paulo Rangel e Passos Coelho fiquei muito mais descansado. Rangel confirmou que não passa de um idiota que papagueia umas tretas. Já não convence ninguém, nem sequer a taskforce do sector mais elitista do PSD. Debita umas tretas para a agricultura, umas rupturas não se sabe do quê, mas sobretudo vai ficar conhecido pelo enxovalho a que sujeitou Portugal e os portugueses. Rui Rio, que é um tipo de horizontes curtos, mas não é burro nenhum, já lhe retirou o apoio. Miguel Veiga, que além de não ser burro nenhum, sabe a musica toda, também lhe retirou o apoio, tal a dimensão do disparate. Só o Pacheco continua iludido, mas aquilo lá para as bandas da Marmeleira também não tem corrido bem.

Quanto a Passos Coelho, é um caso bastante mais sério. Ele leva a lição bem estudada, leva o caminho bem traçado e além disso, em muitas coisas tem razão. Para além disso, tem boa figura, uma voz possante e um corpo de valores (será genuíno???) estruturado na moralidade vigente. E o problema começa aqui. É tudo tão “clean” que parece de plástico. Não temos homem, temos quase super-homem. Liberal quando ser liberal fica bem, estatista quando o questionar o Estado parece impossível, respeita as instituições, o PS e a Républica; fosca-se, só falta ser capa da Men’s Health. Não me parece que o eleitorado vá nisso. Ele sabe de cor as questões do Estado regulador, mas não concorrente, ele conhece e respeita o papel das instituições e mostra-se conhecedor da responsabilidade dos eleitos, ele não enjeita um rumo de mudança dentro de um rumo institucional. Mas falta qualquer coisa, falta alma!

Esperemos pois por Aguiar Branco, embora pela aragem, se veja já o que vai na carruagem!

terça-feira, 2 de março de 2010

Isto é umas a seguir às outras...

O escritório de advogados José Pedro Aguiar-Branco & Advogados, com sede no Porto, está a prestar serviços de assessoria jurídica na área da contratação pública à empresa pública Parque Escolar, responsável pela gestão do programa de modernização das escolas públicas, que envolve um investimento que poderá rondar os 3,5 mil milhões de euros.anco presta assessoria jurídica à Parque Escolar.
Público, Margarida Gomes


Colecção "Viagens e Lugares"

Lago Balaton

Pressões institucionais!

Isto de tentar actuar sobre a comunicação social...

ERC não dá razão a Rui Rio e à autarquia do Porto
por LusaOntem

A Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) não deu provimento a uma queixa apresentada pela Câmara Municipal do Porto contra a RTP por alegado "silenciamento" das actividades da autarquia e do seu presidente durante o primeiro semestre de 2009.
A queixa foi formulada em Junho de 2009 e a deliberação do Conselho Regulador da ERC foi aprovada em Fevereiro deste ano depois de uma pesquisa para escrutinar a cobertura dispensada pela RTP aos acontecimentos elencados na queixa.
Segundo a ERC, foram pesquisadas as peças noticiosas emitidas pelos blocos informativos da RTP1 (Portugal em Directo, Jornal da Tarde e Telejornal) e RTP2 (Jornal 2) no primeiro semestre de 2009.
Na deliberação, que contou com a abstenção do presidente da entidade, Azeredo Lopes, e de Luís Gonçalves da Silva, a ERC refere que não foi dado provimento à queixa, considerando que "não foi comprovado que a conduta da RTP indicie, no período considerado, um tratamento discriminatório da autarquia portuense e do seu presidente".
A Entidade Reguladora da Comunicação Social explica ainda que a pesquisa revelou que a RTP foi dos operadores de televisão em sinal aberto que mais tempo de emissão dedicou a acontecimentos relacionados com a cidade do Porto, muitos dos quais tendo uma relação directa ou indirecta com as actividades da autarquia.Por outro lado, segundo a ERC, a selecção e o enquadramento de acontecimentos a noticiar constituem prerrogativas fundamentais do exercício da autonomia e liberdade editoriais e que, em sequência, a RTP tem autonomia para estabelecer os critérios jornalísticos que determinam a cobertura de um determinado evento.